Nina era uma cachorra fofa. Filhote de pastor alemão, nasceu sem mistura de raça. Era filhota de uma jovem muito bonita que cismou que queria ter um cãozinho. A Nina era tão fofa que, quando ela tinha o equivalente a 18 anos, sua dona lhe deu uma mordidona no pescoço quando ela voltou do veterinário de banho tomado e laçarote no pescoço. A partir deste dia, Nina nunca mais foi a mesma... fugiu de casa na primeira oportunidade e passou a viver na rua. Como a pessoa que a mordeu, tinha um apetite sexual insaciável. Saía com todos os cachorros, por mais vagabundos e fedorentos que fossem. Nunca emprenhava. O mais estranho é que, nas luas-cheias, a cachorrinha Nina se transformava numa mulher deliciosa. Gostosona mesmo, tetas duras, xana peludona, carnuda e de músculos saudáveis. Exalava o cheiro de cio pelo ar e atraía os humanos que estivessem se aventurando pelas ruas do bairro na madrugada. Ela os pegava com força extraordinária, enchia de beijos ardentes, arrancava a roupa com violência e chupava inteira a vítima - homem ou mulher - até extrair o prazer intenso de um orgasmo violento; do qual ela se alimentava. Aí ela ia embora com a escuridão da noite.
O movimento noturno naquele bairro aumentou muito quando os bêbados espalharam a notícia.
Sunday, November 18, 2007
Por que não comer carne
Carne é bom e eu gosto. Não consigo ficar sem comer. Mas como o menos possível. Por quê? Porque faz mal pro mundo. Me importo pouco com os sentimentos dos animais. Sei que eles realmente sofrem pra morrer e nos dar esse prazer, mas não me importo muito com isso. Também pouco me importo se ela faz mal pra mim, se tem gordura, colesterol, etc. É muito bom se dar esse tratamento de carinho e mandar pra dentro uma picanha chamuscada. O problema é que para que essa carne chegue ao consumo, gasta-se um monte de água e espaço que o mundo não pode mais dispor. E as proteínas que a carne oferece são realmente necessárias para quem vai cobrir uma lage ou carregar pedras. Como esse não é o meu caso (e nem o da maioria dos leitores de blog) porque trabalho sentado o dia inteiro, acho que posso passar sem essas proteínas. Aliás, acho o argumento das proteínas bem caipira. Considero do mesmo grau de caipirice de quem compra um carrão gigantesco apenas para ir de casa ao trabalho. Então, pelo mesmo motivo que não deixo a torneira aberta enquanto escovo os dentes e levo as sacolas que vou usar no supermercado, reduzo o consumo de carne. Pra mim pode não ser bom, mas espero ajudar essa porcaria de humanidade; esse parasita escroto que vive comigo na Terra.
Tuesday, September 18, 2007
A nova via
Eba, então vamos acabar com a política. Ela já não dá mais certo. Pensemos na próxima via. Lembremos que a morte é o esquecimento e vamos esquecer os políticos.
1 - A próxima via seria de associações com fins lucrativos. Essas associações protegeriam seus sócios e lhes dariam toda assistência necessária com o fim de lhes pegar todo o trabalho possível e ganhar bastante dinheiro. Os problemas são: pra participar disso você tem que estar apto a trabalhar, e a trabalhar com o negócio da associação. Um exemplo disso: Google - tá dando certo.
2 - Um grupo de pessoas nos confins do país que fazem um território onde todos trabalham pra tirar o sustento da terra. Seria uma comunidade agrária auto-suficiente. Para que desse certo, teriam que ter ligações restritas com o resto do país. Isto faria com que as telecomunicações fossem limitadas, que apenas se falassem internamente. Os problemas são: teriam que seduzir todos os tipos de pessoas necessárias para uma vida em comunidade, como médicos e engenheiros. E esses teriam os mesmos direitos e deveres dos outros cidadãos. Mas como fazer isso com comunicação restrita? A, tem muitos outros problemas.... essa é difícil de dar certo... Exemplo: Canudos - fracassado.
3 - Uma sociedade onde a existência fosse desestimulada, mas valorizada. Todos seriam tratados como defeituosos, inclusive os defeituosos. Todos teriam cuidados extremos - psicológicos e médicos. Viveriam em um enorme e imenso hospital, com aulas de yoga, um nutricionista para cada habitante, uma produção de alimentos para cada habitante e que seus cuidados fossem de responsabilidade de cada habitante capaz de produzir. Aos que não fossem capaz de produzir por problemas de saúde, um grupo cuidaria e sua produção particular. Aos preguiçosos, psicologia. Aos criminosos, psicologia. Todos estão no hospital. A sociedade, enfim, admite-se doente eterna. Um exemplo disso - hummm... ainda não tem.
1 - A próxima via seria de associações com fins lucrativos. Essas associações protegeriam seus sócios e lhes dariam toda assistência necessária com o fim de lhes pegar todo o trabalho possível e ganhar bastante dinheiro. Os problemas são: pra participar disso você tem que estar apto a trabalhar, e a trabalhar com o negócio da associação. Um exemplo disso: Google - tá dando certo.
2 - Um grupo de pessoas nos confins do país que fazem um território onde todos trabalham pra tirar o sustento da terra. Seria uma comunidade agrária auto-suficiente. Para que desse certo, teriam que ter ligações restritas com o resto do país. Isto faria com que as telecomunicações fossem limitadas, que apenas se falassem internamente. Os problemas são: teriam que seduzir todos os tipos de pessoas necessárias para uma vida em comunidade, como médicos e engenheiros. E esses teriam os mesmos direitos e deveres dos outros cidadãos. Mas como fazer isso com comunicação restrita? A, tem muitos outros problemas.... essa é difícil de dar certo... Exemplo: Canudos - fracassado.
3 - Uma sociedade onde a existência fosse desestimulada, mas valorizada. Todos seriam tratados como defeituosos, inclusive os defeituosos. Todos teriam cuidados extremos - psicológicos e médicos. Viveriam em um enorme e imenso hospital, com aulas de yoga, um nutricionista para cada habitante, uma produção de alimentos para cada habitante e que seus cuidados fossem de responsabilidade de cada habitante capaz de produzir. Aos que não fossem capaz de produzir por problemas de saúde, um grupo cuidaria e sua produção particular. Aos preguiçosos, psicologia. Aos criminosos, psicologia. Todos estão no hospital. A sociedade, enfim, admite-se doente eterna. Um exemplo disso - hummm... ainda não tem.
Monday, August 20, 2007
Observe seus observadores
Tenho feito uma atividade muito interessante: ao ver amontoado de policiais, passo olhando bem para a cara deles. Isso geralmente os faz desviar o olhar. Acho bom que eles saibam que são observados ao mesmo tempo que observam. O olhar policial é dirigido e construído para ser preconceituoso. O nosso acabou sendo preconceituoso depois de conhecer as bobagens que a polícia anda fazendo. É uma generalização. Portanto é burra também.
E como o papel da polícia era, no ver popular, defender a justiça, e sabemos muito bem que a justiça nada tem a ver com a polícia, pergunta-se: qual o papel da polícia agora? Quem já precisou deles sabe que, apesar do calor da hora da tragédia nos deixar irritados, mesmo quando não precisamos tanto assim a polícia não se mostra prestativa e nem ágil nem inteligente. Nem para informar sobre as ruas do bairro andam prestando. Pra que servem? Pra colocar na prática o preconceito que aprenderam na teoria. Escolhe-se ser polícia ou se é polícia se não tem mais nenhuma alternativa a não ser tornar-se marginal? Não no sentido da contravenção à lei, mas da localização profissional em que se coloca alguém pouco mais que letrado.
Mas como eu não sou burro, não acho que todo policial seja corrupto e brutificado e preconceituoso. Então, que apareçam os prestativos. O jornal e a revista só mostra os piores. E eles mesmo não sabem como se mostrar, não sabem pra que servem e estão, sim, marginalizados pelos seus salários de fome e sua estupidez construída na instituição que deveria existir para proteção. Mas quem pode ser protegido por estúpidos?
E como o papel da polícia era, no ver popular, defender a justiça, e sabemos muito bem que a justiça nada tem a ver com a polícia, pergunta-se: qual o papel da polícia agora? Quem já precisou deles sabe que, apesar do calor da hora da tragédia nos deixar irritados, mesmo quando não precisamos tanto assim a polícia não se mostra prestativa e nem ágil nem inteligente. Nem para informar sobre as ruas do bairro andam prestando. Pra que servem? Pra colocar na prática o preconceito que aprenderam na teoria. Escolhe-se ser polícia ou se é polícia se não tem mais nenhuma alternativa a não ser tornar-se marginal? Não no sentido da contravenção à lei, mas da localização profissional em que se coloca alguém pouco mais que letrado.
Mas como eu não sou burro, não acho que todo policial seja corrupto e brutificado e preconceituoso. Então, que apareçam os prestativos. O jornal e a revista só mostra os piores. E eles mesmo não sabem como se mostrar, não sabem pra que servem e estão, sim, marginalizados pelos seus salários de fome e sua estupidez construída na instituição que deveria existir para proteção. Mas quem pode ser protegido por estúpidos?
Monday, July 23, 2007
Guru do gugu
Ontem ao passar na frente do escritório de decências do meu tio vi que ele precisava de uma ajuda para carregar seu mascote escada abaixo. Uri, seu animal de estimação, havia empacado e não queria mas de jeito nenhum descer a escada. Fui até lá dar uma mãozinha, pois eu gostava muito de Uri. Quando me aproximei, meu tio disse: que bom que você chegou! O Uri precisa ser consertado e não consigo levá-lo até o jato. Veja se com você ele vai. Aí eu afaguei a cabeça dele, que já ficou mais calmo, e bati no meu sapato com o nó dos dedos: ele entendeu na hora! Eu tinha um Serdulho pra ele! Assim, me alcançou o bolso da calça e cheirou meu joelho em sinal de complacência. Eu o perdoei pelo trabalhão que estava dando e enfiei uma broca de alumínio em sua orelha. Ele gemeu longamente e estrebuchou em um pranto infernal, coitado. Esse serdulho que eu tinha era daqueles usados nos barcos. O meu tio ficou atônito: puxa, que sem graça isso... Preferia antes... Mas logo chegaram os meus primos seduzindo a cartonagem. Sirigaitas brilharam pela boca e o que não se identificou dava pra contar nos dedos. Pois olha que maravilhas saíram do forno naquela bombacha de rapariga - que há muito descompactava. Quase 3 pessoas viram.
Tuesday, July 03, 2007
Perigo na estrada
Vindo do Paraná, um sujeito com uma pistola laser incomodava aos outros passageiros do ônibus sempre que abria a janela para atirar em algum carro. Ele fazia isso só pra treinar, e a pistola laser não fazia barulho algum. O faziam os carros atingidos, que explodiam ou pelo menos paravam imediatamente - sua pistola era fodona, daquelas que vendem nas banquinhas dos planetas evoluídos.
Por causa disso, um menininho que dormia no banco atrás do seu pegou uma pneumonia e ficou muito doente. Ele sarou logo e sua mãe ainda lhe deu bronca, pensando que a doença fora causada pelo tanto de sorvete que o garoto tinha comido na cidade de Conselheiro Lafayette. Enfim, o da pistola laser, ao chegar a rodoviária de São Paulo, começa a disparar para todos os lados deixando todos muito aborrecidos. Pois onde o tiro acerta, grande explosão de luz e barulho seguem. E quando acerta em alguma pessoa, a dor é muito forte mesmo. Mas sua fúria era grande e seria indelicadeza da parte dos transeuntes irritarem mais o rapaz. Aí acabou a pilha da pistola laser e ele ganhou um chocolate que lhe acabou com os problemas na hora!
Por causa disso, um menininho que dormia no banco atrás do seu pegou uma pneumonia e ficou muito doente. Ele sarou logo e sua mãe ainda lhe deu bronca, pensando que a doença fora causada pelo tanto de sorvete que o garoto tinha comido na cidade de Conselheiro Lafayette. Enfim, o da pistola laser, ao chegar a rodoviária de São Paulo, começa a disparar para todos os lados deixando todos muito aborrecidos. Pois onde o tiro acerta, grande explosão de luz e barulho seguem. E quando acerta em alguma pessoa, a dor é muito forte mesmo. Mas sua fúria era grande e seria indelicadeza da parte dos transeuntes irritarem mais o rapaz. Aí acabou a pilha da pistola laser e ele ganhou um chocolate que lhe acabou com os problemas na hora!
Friday, June 22, 2007
Em Xique-xique
Chique é morar em Xique-xique, onde os xiqueiros têm privadas e as pulgas têm empregadas.
Chique é morar em Marília, onde a vasilha é de ouro e a araponga não pia.
Chique é morar na Patagônia, onde o berço é ornado com a pena da cegonha.
Chique é a Ilha da Aventura, onde todos têm saúde mas nenhuma cultura!
Essa última frase foi de protesto, mas eu odeio política. Mas eu sou um ser político. Ser político é saber viver na pólis administrando sua raiva dos seres humanos. Mas eu ando com vontade de mudar daqui e fazer contato só pela internete e telefone... eu ando fazendo só isso mesmo. Esse blog não era pra ser assim pessoal. Não era pra ser assim, pessoal. Não era pra ser. Não deveria existir. Como farei contato com o índio? Que nem computador tem? Quem não tem nem um celular? Índio filho da puta!
Chique é morar em Marília, onde a vasilha é de ouro e a araponga não pia.
Chique é morar na Patagônia, onde o berço é ornado com a pena da cegonha.
Chique é a Ilha da Aventura, onde todos têm saúde mas nenhuma cultura!
Essa última frase foi de protesto, mas eu odeio política. Mas eu sou um ser político. Ser político é saber viver na pólis administrando sua raiva dos seres humanos. Mas eu ando com vontade de mudar daqui e fazer contato só pela internete e telefone... eu ando fazendo só isso mesmo. Esse blog não era pra ser assim pessoal. Não era pra ser assim, pessoal. Não era pra ser. Não deveria existir. Como farei contato com o índio? Que nem computador tem? Quem não tem nem um celular? Índio filho da puta!
Friday, June 15, 2007
Recomendo
No instituto Tomie Ohtake tem uma exposição dos modernos brasileiros que vale muito a pena ser vista. A geração do final de 80/anos 90 mostrou que o humor na arte contaminou geral. Também, a catarse gerada no momento da compreensão da piada é uma das maneiras mais simples de se fazer sentir a transformação da mente causada pela arte. Nuno Ramos com seu grande amontoado de lixo cheiroso, Leonilson com suas gracinhas de grafia forte, Beatriz Milhazes com seu pré-neo-grafite-na arte, Ernesto Neto (com um trabalho menor) são os destaques. Muito contrastada com a exposição de Antônio Manuel, no CCBB de São Paulo, que mostra todo o ranço de uma pessoa recém saída da ditadura militar. Desse, não gostei... o mais interessante achei a técnica do flan (que desconhecia) . Suas tiradas são datadas. Não tem mais o vigor da época, quando qualquer obra que gritasse por liberadade e criticasse o regime militar espantasse pelo menos pela ousadia. Mas é de graça. Ambas são.
Monday, May 21, 2007
Arte serve para quê?
Esse final de semana elevou ao meio uma dúvida que eu deixava soterrada. É que andei tendo ensinamentos com os mestres que já se degladiaram com: pra que serve a arte? E eles destrincharam tal dúvida, que agora só não está companheira porque ainda duvido até da sombra. Lá vai, então: serve pra mesma coisa que a televisão! O ser humano PRECISA de devaneios. Ele ouve histórias o tempo todo. Precisa do futebol e da novela. Mas essas formas de devaneio, de desligamento da realidade, são fracas e repetidas e não lhe dão espaço para participar, para completar. A arte lhes dá um caminho a um infinito. A uma pós-realidade.
Fora isso, a arte resume em seu tempo a cultura de uma época. A melhor e a pior arte resumem em sua existência, por medíocre que seja, a síntese que um autor captou o que o rodeia e demodulou de modo a entregar desmastigado ao público. Mas esta é apenas a função educativa, e só serve se o público conseguir transcender a experiência. Não é difícil e nem fácil.
Isso tudo me dá um alívio...
Fora isso, a arte resume em seu tempo a cultura de uma época. A melhor e a pior arte resumem em sua existência, por medíocre que seja, a síntese que um autor captou o que o rodeia e demodulou de modo a entregar desmastigado ao público. Mas esta é apenas a função educativa, e só serve se o público conseguir transcender a experiência. Não é difícil e nem fácil.
Isso tudo me dá um alívio...
Sunday, May 20, 2007
A Sereia Saci
Os seres folclóricos muitas vezes se encontram. Não são como nós, que poucas vezes temos um contato visual com um deles. Eles se vêem muito facilmente. E se encontram, também. Num desses encontros, rolou sexo entre um saci e uma sereia. Ambos moravam ali na amazônia, tava um calorzinho gostoso, fumaram umas ervas que só eles conheciam. Bom, depois o saci sumiu mesmo: a sereia estava grávida. E aí foi a sereia grávida, parir uma saci-sereia. Ela era assim: no final da cauda tinha um pé. Era neguinha e de cabelo enrolado. Tinha escamas, era horrível. Poucos seres folclóricos a viram, ela se escondia sempre, sabia que era muito feia. Logo virou lenda, era o folclore do folclore...
Sunday, April 08, 2007
Saturday, April 07, 2007
Desperdício de energia
Um tremendo espetáculo aos olhos! Rostos furiosos, homens musculosos correndo, som de corrida acompanhado de berros e então: explosão escarlate. Voam pernas, rostos deformados em close e sangue lavando a tela. Quanta emoção. E o grupo fardado que entrou em uma área suspeita de abrigar criminosos e passou a bala em todo mundo? Sangue escorrendo barracos abaixo, gritaria, cacetada nos que olhavam torto; afinal de que lado estavam? E teve o negão vampiro que além de tudo é ninja. Esse baleou uns trocentos e decepou outros tantos. E o menino de 8 anos que arrancou a cabeça do inimiguinho. Disse depois que não gostara dele nunca. O sangue saiu devagar, os berros do menorzinho estavam abafados; esse nem foi muito emocionante. A morte dos outros costuma ser um grande show audiovisual. A criançada aprende cedo, a televisão e o cinema ensinam legal. Se tiverem uma arma, entrarão na escola a atirar. Menos os bundões, que só servem de alvo mesmo. Esses merecem ser coadjuvantes. O espetáculo de sangue, a gritaria, emoção! O brasil, desta vez, está na vanguarda! Eia!
O gabinete do Major Tom
O Major Tom foi pro espaço, ficou bem louco e se perdeu por lá. Aí as pessoas na terra falavam sobre ele, diziam que era um mau exemplo para as crianças. Mas depois de um tempo ele voltou. Acima dá pra ver como estava o gabinete da nave dele nessa ocasião. A história dele dá pra ouvir direito na pipa musical: http://pipa.xto.pro.br/?p=14
Tuesday, March 27, 2007
O grande encontro
O sol ardia numa estrada de terra, interior de Minas Gerais:
Por favor, estou perdido. Onde é o Encontro Vocálico?
É aqui no final da frase, depois da vírgula, uai!
Obrigado!
Por favor, estou perdido. Onde é o Encontro Vocálico?
É aqui no final da frase, depois da vírgula, uai!
Obrigado!
Saturday, March 24, 2007
Histórico campeão
Poucas dezenas de pessoas compareceram ao enterro do maior comedor de tomates do bairro do Limão. O Senhor Frederico Augusto faleceu aos 78 anos em um acidente inusitado quando passava por baixo de um andaime e uma lata derrubada pelo vento precipitou sobre sua cabeça caindo de quina. Não se sabe se pelo choque ou pelo susto, Frederico faleceu na hora. Ele mantinha a média de quase 2 tomates por dia, deixando longe o segundo colocado. E ele não tinha a menor idéia de que era um campeão do bairro, já que esses dados ficam armazenados no céu, que é pra onde se vai depois que se morre. No céu você tem acesso a todas as informações sobre a sua pessoa. Qualquer pergunta pode ser feita e respondida num sistema muito esclarecedor e fácil de usar. Outro dado interessante é que o senhor Frederico Augusto foi a pessoa da sua rua que menos horas passou no trânsito da Anchieta no carnaval de 2001. Mas a diferença para o segundo lugar é bem pouca. Ele é um campeão, enfim. Todos nós temos alguma coisa que nos faz melhores que os outros, que merecem ser pisados e diminuídos em nossa presença. Pratique!
Friday, March 16, 2007
Aconselho mais uma
Muito aconselho a exposição do Oswaldo Goeldi na BM&F, praça Antônio Prado, São Paulo (meados da data deste post). O melhor xilogravurista brasileiro e acho que o melhor do mundo. Em suas gravuras, sempre tá escuro e úmido. Prestes a chover ou de madrugada. E sempre tem alguém resmungando bebedeiras. Cada riscada da goiva (o formão usado na xilogravura) delimita uma forma mole e imediatamente a banha com a luz sobrenatural que vem da lua encoberta pelas nuvens pesadas. Habsurdo com H maiúsculo. Peça o catálogo no balcão da BM&F porque ele tá muito bom também. E tudo de graça, ê beleza!
Monday, March 12, 2007
Matando um árabe
Baseado na música Peasant Dance, do Airto Moreira:
Começam a te empurrar pra sala com cheiro de incenso assim que um gongo abre a porta vermelha ornamentada bem na sua cara revelando um corredor de pessoas batendo palma. Um velhinho pula em volta de você rodando enquanto toca uma flautinha irritante. As paredes de pedra fazem o lugar parecer muito antigo e o calor forte parece até vir daquelas paredes. Andando sobre tapetes gastos, mas ainda incríveis, você chega em uma porta azul, mais ornamentada que a primeira. Meandros dourados, textura hipnotizante que nem pode ser muito contemplada porque um empurrão te joga nessa sala seguinte, abrindo a porta com seu peito. Nessa outra sala, duas odaliscas dançam frenéticas dentro de uma grande roda de um povo de dentes podres e olhos escuros que continuam a bater palma num ritmo dançante, mesmo tendo maços de dinheiro em suas mãos. Um arzinho deslocado te joga pro lado porque ali onde estava cai um enorme porrete. Nessa jogada de corpo dá pra se virar e ver o gigante que tentou te bater, um negão de um olho só. Nessa virada também já se vê que o que não falta ao negão são brincos de argolas enormes. Numa segunda virada você consegue enroscar a mão numa das argolas que estava ferrada no mamilo do negão. Arrancando-a, o negão urra e desfere outra paulada errada que faz a cabeça dele fique exposta de um jeito que foi fácil arrancar mais duas argolas: uma da orelha e outra da sobrancelha. O negão enlouquecido meio cegado pelo sangue parte correndo na sua direção. Outro desvio faz com que a cabeça do negão exploda na parede e ele fique por ali mesmo. As odaliscas correm na sua direção com uma faca em cada mão. O negão estava bem debaixo de uma janela sem vidro, então usar o corpo do negão como apoio e pular pelo buraco foi fácil. Na rua, os olhos demoram um pouco pra acostumar com a claridade. Quando acostumam, vê-se que todo o povo que estava dentro da sala vem na sua direção com uma expressão de fúria. O lugar é uma cidade de parede cinza quente com tendas vendendo badulaques e camelos e corredores estreitos. Dobrando uma esquina, num outro corredor estreito, pular de parede em parede faz com que consiga atingir o terraço de uma casa. Um estralo: estão atirando. Atrás de você as pedras soltam estilhaços e dá pra ouvir o povo gritando lá embaixo. Outra corrida e um salto amortecido por balaios imensos te colocam na frente de um prédio com uma placa de bronze e a bandeira do brasil. É a embaixada! Você entra tão alucinado que bate com a cara em um gongo e tudo fica escuro.
Começam a te empurrar pra sala com cheiro de incenso assim que um gongo abre a porta vermelha ornamentada bem na sua cara revelando um corredor de pessoas batendo palma. Um velhinho pula em volta de você rodando enquanto toca uma flautinha irritante. As paredes de pedra fazem o lugar parecer muito antigo e o calor forte parece até vir daquelas paredes. Andando sobre tapetes gastos, mas ainda incríveis, você chega em uma porta azul, mais ornamentada que a primeira. Meandros dourados, textura hipnotizante que nem pode ser muito contemplada porque um empurrão te joga nessa sala seguinte, abrindo a porta com seu peito. Nessa outra sala, duas odaliscas dançam frenéticas dentro de uma grande roda de um povo de dentes podres e olhos escuros que continuam a bater palma num ritmo dançante, mesmo tendo maços de dinheiro em suas mãos. Um arzinho deslocado te joga pro lado porque ali onde estava cai um enorme porrete. Nessa jogada de corpo dá pra se virar e ver o gigante que tentou te bater, um negão de um olho só. Nessa virada também já se vê que o que não falta ao negão são brincos de argolas enormes. Numa segunda virada você consegue enroscar a mão numa das argolas que estava ferrada no mamilo do negão. Arrancando-a, o negão urra e desfere outra paulada errada que faz a cabeça dele fique exposta de um jeito que foi fácil arrancar mais duas argolas: uma da orelha e outra da sobrancelha. O negão enlouquecido meio cegado pelo sangue parte correndo na sua direção. Outro desvio faz com que a cabeça do negão exploda na parede e ele fique por ali mesmo. As odaliscas correm na sua direção com uma faca em cada mão. O negão estava bem debaixo de uma janela sem vidro, então usar o corpo do negão como apoio e pular pelo buraco foi fácil. Na rua, os olhos demoram um pouco pra acostumar com a claridade. Quando acostumam, vê-se que todo o povo que estava dentro da sala vem na sua direção com uma expressão de fúria. O lugar é uma cidade de parede cinza quente com tendas vendendo badulaques e camelos e corredores estreitos. Dobrando uma esquina, num outro corredor estreito, pular de parede em parede faz com que consiga atingir o terraço de uma casa. Um estralo: estão atirando. Atrás de você as pedras soltam estilhaços e dá pra ouvir o povo gritando lá embaixo. Outra corrida e um salto amortecido por balaios imensos te colocam na frente de um prédio com uma placa de bronze e a bandeira do brasil. É a embaixada! Você entra tão alucinado que bate com a cara em um gongo e tudo fica escuro.
Tuesday, March 06, 2007
Pode xim
Tuesday, February 27, 2007
Uma flôr para meu amor
Sim, Gorjo. Eu o amo. Mas Têniz, você não é deste planeta... Então não o amo mais... O.K.
No barco, pouco se olharam. Uma lágrima parava no olho de Têniz. Ela massageava os joelhos enquanto olhava para baixo. Seus sapatos sujos da lama pútrida do terreno baldio pesavam e a chuva gelada que caía deixava o clima triste. Mas Gorjo estava radiante: em breve receberia sua medalha. Sua tão merecida medalha, pela qual ele daria a vida. Estava até bobo, de tão feliz. Ficava pulando e fazendo micagens. Têniz o empurrou para fora do barco quando ele se inclinava para testar a temperatura da água. Ele caiu e ficou para trás, enquanto o barco avançou para a barragem. Como e margem era muito distante, e a barragem mais ainda, Gorjo deveria ter se afogado logo, pois não podia nadar. Mas ficou agarrado a um pedaço de sabão bem grande e, remando, alcançou uma ilha habitada por animais ferozes que o devoraram. A última lembrança de Têniz naquele domingo foi a marca lamacenta de sua bota estampada na bunda de Gorjo, que tinha um rabinho de porco.
No barco, pouco se olharam. Uma lágrima parava no olho de Têniz. Ela massageava os joelhos enquanto olhava para baixo. Seus sapatos sujos da lama pútrida do terreno baldio pesavam e a chuva gelada que caía deixava o clima triste. Mas Gorjo estava radiante: em breve receberia sua medalha. Sua tão merecida medalha, pela qual ele daria a vida. Estava até bobo, de tão feliz. Ficava pulando e fazendo micagens. Têniz o empurrou para fora do barco quando ele se inclinava para testar a temperatura da água. Ele caiu e ficou para trás, enquanto o barco avançou para a barragem. Como e margem era muito distante, e a barragem mais ainda, Gorjo deveria ter se afogado logo, pois não podia nadar. Mas ficou agarrado a um pedaço de sabão bem grande e, remando, alcançou uma ilha habitada por animais ferozes que o devoraram. A última lembrança de Têniz naquele domingo foi a marca lamacenta de sua bota estampada na bunda de Gorjo, que tinha um rabinho de porco.
Wednesday, February 14, 2007
Surpresinha
O camburão estava parado havia uns 20 minutos. Alguns barulhos próximos do lado de fora, mas nenhum que parecesse com algo que tivesse atenção em mim. Aliás, em nós. Me pegaram na rua enquanto estava pagando o estacionamento e me arrastaram para a traseira da veraneio com o vidro pintado de preto. Lá dentro não dava pra ver nada, mas senti algumas pernas e percebi a presença de mais duas pessoas no camburão que logo se pôs a correr. Tentei falar com elas quando, então, percebi estar amordaçado. Uma das pessoas, em pânico, chorava copiosamente. Era um choro de mulher. A outra pessoa se mantinha quieta, mas dava pra perceber que estava acordada e nervosa. O trajeto do camburão foi cheio de chacoalhadas bruscas e curvas em alta velocidade. Cheguei a bater meu rosto contra o teto. Quem será que tinha me dedurado? Como era possível que alguém tivesse descoberto o que eu fiz? Tudo tão planejado... Ouve-se um grance coro do lado de fora: Três, dois, um!! A porta de trás da veraneio se abre. A luz me ofusca e quase não se vê nada. Centenas de pessoas batem palma. Uma morena tetuda me pega pelo braço e leva para o meio do palco. Aos poucos os olhos vão se acostumando e consigo reconhecer o sorriso de Augusto Liberato. Ele dá risada e me diz: olha tudo que você ganhou! Tá feliz? Olhando em volta, móveis e eletrodomésticos novos. A platéia aplaude. Esboço um sorriso de alívio. Esse pessoal é demais, viu.
Tuesday, February 13, 2007
O povo no poder
Monday, February 05, 2007
Higiêne
Garçon, tem um pentelho na minha comida! Com licença, senhor. Deixe-me ver... Olha, o senhor nos perdõe, mas está conforme o pedido. Pediu uma xotinha depilada, mas não falou nada quanto ao cú! A, sim, mas em São Paulo sempre depilam a vagina e o ânus. O atendimento, fora de São Paulo, é terrível. Bem, posso levar de volta e preparar novamente. Sim, por favor. Ei, psiu. Veja só o meu prato. Pedi uma xereca mulata e me trouxeram esta morena bronzeada. E olha aqui dentro. Não sei o nome dessa coisa branca, mas prefiro não colocar a boca nisso. A, isso aí não é nada. Pode meter a boca tranquilo.
Wednesday, January 31, 2007
Construção
Ali você espera o guindaste suspender a viga e prende ela com uns parafusos. Se não ficar muito firme, enrola uns arame e solda, tá beleza. Prende direito aqueles parapeitos ali. Tem fita crepe na gaveta da Cremilda. Vê se ela acabou o almoço e pede pra ela terminar logo o arroz porque acabou o cimento. A gente vai ter que prender os azulejos com arroz e farinha mesmo. Mas não tem problema, o Maurício usou isso lá na obra do Parque Ipê e funcionou bem. Depois barre tudo! A bassoura tá ali no canto, mas separa os pregos que achar pra gente desentortar. Amarra esse lustre com linha de pipa, mas cola uns durex pra ele não cair. Depois a gente toma uma cerva de noite! Falou!
- Espera! E o cachorro? Dá comida pra ele?
- Dá. Tchau.
- Espera! E o cachorro? Dá comida pra ele?
- Dá. Tchau.
Monday, January 29, 2007
Tangibilidade
Este post é para recomendar a exposição do Anish Kapoor (tive que olhar pela janela pra ver como se escreve) . Ele fez a escultura ser uma forma eficaz de atingir a alma. Olhar suas obras faz ter certo orgulho do que o ser humano é capaz. E interagir com elas, como no caso da Ascenção, dá novo sentido aos sentidos. O som, a tangibilidade da coluna de fumaça que se revolta à menor mudança de ares (mais ainda se alguém se plantar no centro da coluna) e a monumentalidade da obra é visualmente comparável a algumas interferências de Tunga já vistas até na inauguração do próprio CCBB. O cheiro da coluna de fumaça e seu formato (de coluna translúcida) remete a obras de Ernesto Neto. Mas a interação com essa coluna de imaterialidade cinética te dá poderes sobrehumanos durante algum tempo. Já as 'esculturas' que estão dentro do CCBB tira as métricas dos olhos pela ilusão causada pelo desvio da luz nas superfícies extremamente polidas de suas formas malucas. E é isso aí.
Também quero lembrar que o principal objetivo desse blog era o de eu aprender a exprimir o que eu sentia com palavras, não com desenhos.
Também quero lembrar que o principal objetivo desse blog era o de eu aprender a exprimir o que eu sentia com palavras, não com desenhos.
Wednesday, January 24, 2007
Sobre o PAC
Tuesday, January 16, 2007
Sofisticated mamma
- Rararará, que interessante!
- Sim, acontece sempre...
- E você tem irmãs?
- Tenho duas. Elas também têm isso! Minha mãe não tinha. Não é estranho?
- Rarararará!
- E você trabalha em quê?
- Sou tecelão e trapezista. Mas aqui estou apenas como sommelier mesmo.
- E eu estou com pêlos encravados no meu dedão. Veja!
- Essa sua sandália é demais!
- Gosto de chutar bolas de golf com ela. Essa ponta tem um parafuso horrível...
- Rararararará!
- Você está ficando azul ou é impressão minha?
- Sempre fico azul ao ver um parafuso na ponta de uma sandália. Aliás, isso é muito normal.
Friday, January 05, 2007
Novo mundo
Num outro planeta, extraterrestres iniciaram um novo país. Estavam na fase de decidir sobre o uso de entorpecentes e procuraram consultoria terrestre, pois diziam que na Terra tomava-se até chá de fita pra ficar bem locão:
- E essa?
- Essa vem de uma planta. Você seca e fuma. Na Terra é proibido...
- Então vamos proibir também... E essa?
- Essa vem de uma planta. Você seca e fuma... Na Terra é legalizada!!
- Então vamos legalizar também! E essa aqui?
- Essa também vem de uma planta... você processa e vira esse pó branco. Na Terra é proibida...
- Então acho melhor proibir... E essa aqui?
- Essa vem de uma planta também. Você processa e vira esse pó branco. É muito bom isso aqui, cara!! Prova!!
- Hummmmmmm, caramba!! Aposto que é proibida!!
- É, mata uma galera... dá uns problemas de saúde... Mas é legalizada!! Chama açúcar!
- Então vamos legalizar AGORA! Dá mais!
- E essa?
- Essa vem de uma planta. Você seca e fuma. Na Terra é proibido...
- Então vamos proibir também... E essa?
- Essa vem de uma planta. Você seca e fuma... Na Terra é legalizada!!
- Então vamos legalizar também! E essa aqui?
- Essa também vem de uma planta... você processa e vira esse pó branco. Na Terra é proibida...
- Então acho melhor proibir... E essa aqui?
- Essa vem de uma planta também. Você processa e vira esse pó branco. É muito bom isso aqui, cara!! Prova!!
- Hummmmmmm, caramba!! Aposto que é proibida!!
- É, mata uma galera... dá uns problemas de saúde... Mas é legalizada!! Chama açúcar!
- Então vamos legalizar AGORA! Dá mais!
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