Friday, June 23, 2006

Juntar!

Zico olhava impaciente e nervoso para seu assistente. Quando engolia seco, aos 20 minutos do segundo tempo, seu time perdendo de 2 a 1, o assistente fitou seus olhos por um segundo antes de consentir com um sinal de cabeça. Calado. Assim, Zico mexeu em seu relógio, apertando o botão secreto. Nesse momento, 5 de seus jogadores estacaram no chão. Um zunido repentino se fez em seus ouvidos e eles, virando para o banco de reservas, socaram a palma da mão direita e gritaram: "Moshiri!". Correram todos para o meio-de-campo e se juntaram em um único jogador superforte e rápido. Ganharam o jogo por 38 a 3.

Tuesday, June 20, 2006

Monday, June 12, 2006

O corpo

Era um rapaz esquisito. Meio torto, talvez com problemas ósseos. Andava como um neandertal. Mas fazia sucesso com as mulheres. Elas pareciam gostar de seu corpo cavernoso.

Tuesday, June 06, 2006

Vingança

Todos os dias se cruzava, pela manhã, com aquela senhora malcuidada, velha que a família não aguenta, com cara de nojo. Ela atravessava o terreno na frente do circo para comprar leite. E ela andava falando com seu cachorro, que ia sempre indiferente, na frente, com suas patas protegidas por sapatinhos. Era um desses cachorros que nem se sabe a raça, pequenos e felpudos, com latido estridente... Enfim, a mulher perguntava coisas idiotas ao cachorro. Coisas que iam na cabeça dela: "Viu que rua enorme? Você vai cansar, né? Olha quanto bêbado... esse lugar está fedendo, você tá com nojo né? Você tá com fome, eu sei...". Na verdade, ela colocava o que gostaria que o cachorro dissesse a ela. Um dia, um ventríloquo apareceu do circo e respondeu pelo cachorro: "Escuta, isso é o que VOCÊ tá pensando. Eu não penso nada.". A voz era perfeita para um animalzinho enfezado. A mulher parou, e, como ela parou, o cãozinho olhou pra ela. Ela pisou violentamente no cachorro, que soltou suas entranhas pelo ânus. Jogou a correia por cima do corpo. O ventríloquo chorou muito aquele dia.