Thursday, August 12, 2010

Sono

Depois do almoço sempre lhe dava um sono após meia-hora de trabalho no escritório. Era inexpugnável a magia do morfeus. Mas naquele dia, pós comemoração pelos 4X0 em cima do inimigo e o título inédito de campeão nacional, tudo estava muito mais modorrento por sobre a ressaca na quinta-feira. E após o almoço se lançou do artifício de dormir no banheiro: escolheu um nicho arejado, sentou na privada (por sorte, o nicho mais arejado era o único que ainda mantinha a tampa da privada) e encostou a cabeça na porta. Nem 2 minutos e uma leve pressão sobre seu pé. Seria um rato? Era tanto sono que abriu os olhos devagar e viu um gnomo sentado em seu mocassim. E ele olhava pra cima. - A, foda-se... voltou a fechar os olhos. Algo se mexeu novamente sobre seu pé. Nem se deu o trabalho de abrir os olhos: claro que veria outro gnomo. Mas logo começou a ouvir o que eles conversavam. Ouvia, mas não entendia: era um linguajar gnomesco, uma voz bem fina, engraçada, mas chata. Apesar da respiração pesada e da posição confortável - pois tinha usado um rolo de papel higiênico como travesseiro no cocoruto, não conseguia pegar no sono. Se concentrou e, com um rápido movimento circular, pisou o que estava sobre seu pé. Uma pisada forte e o silêncio.
Por mais 10 minutos ficara ali, até que alguém abriu a porta do banheiro com certo estrondo e isso o despertou. Abriu os olhos e viu seu pé direito apoiado sobre alguma coisa. Com uma sensação horrível, levantou vagarosamente o pé e vislumbrou 2 gnomos esmagados. Horror.