Maldita seca

Um grupo de baloeiros estava na beira do rio Potiguar soltando chinezinhos quando sai um monstro do rio. Ele se movia meio devagar, então não causou muito medo. Mas sua aparência era horrenda: apesar de antropomórfico, tinha todo o corpo coberto de musgo e sua cabeça não tinha reentrâncias que permitiam saber onde era o olho, a boca, etc. Saiu andando na direção dos baloeiros que estavam acabando de acender uma toxa de um chinezinho. Tão devagar o monstro se movia que deu tempo de soltar o balão antes de serem alcançados. Mas uma rajada de vento fez o balão se chocar contra a criatura. E a pequena toxa do balão enroscou em seu corpo nojento. Aquele era o último balão do grupo, que tinha 4 pessoas devidamente vestidas com as jaquetas do uniforme de baloeiros "Ases do Ar". Então, como não tinham mais o que fazer, resolveram dar pauladas no monstro, que ainda estava vindo na direção deles. O monstro, logo na primeira paulada que tomou, caiu de volta na água visivelmente machucado. Um pequeno rombo se abrira rompendo a camada de musgo que recobria o corpo da criatura. Um perfume de plantas fumígenas brotou no ar. A toxa do chinezinho se apagara. O monstro se contorcia de dor. Um dos baloeiros quis tirar satisfação com o tonto que deu a paulada no bicho e tomou uma também, bem na cabeça - tump. Os outros dois baloeiros já estavam na kombi, mas saíram pra acudir o membro ferido. Enquanto isso o monstro do lago entrou nessa kombi e se escondeu debaixo de um edredon que ficava na traseira do veículo. Após estancar o sangramento de um dos baloeiros, todos voltam para a kombi para irem para casa. Apesar de sentirem um cheiro forte de plantas fumígenas dentro do veículo, continuaram seu rumo até o hospital da cidade para tratarem do agredido. Ao ver que estava próximo a um hospital, o monstro do lago revelou sua localização e pediu para ser ajudado; mas o jogaram pra fora da kombi a chutes. Ele então se misturou a uma trepadeira que estava ali numa parede próxima e acabou a história.