Monday, July 31, 2006

Povo redondo

E quando vimos aquela ilha, nadamos logo para lá. Fazia umas 3 horas que estávamos no mar depois que nosso iate foi a pique e eu lembrava de ter visto aquela ilha na ida, antes de começar a sentir os soluços do barquinho. O último soluço foi mais um arroto e o motor parou e quando desci pra ver o que era, o interior já tava cheio de água. Vesti logo meu colete, coloquei o outro na minha esposa (isso deu mais trabalho por ela ser uma girafa) e nos atiramos à água, que já invadia o convés. Apesar de ser uma girafa, Yara nadava muito bem e cheguei a montar em seu pescoço nos momentos de grande cansaço. Ela em momento algum se desesperou e foi realmente ela quem primeiro avistou a ilha. Muito obrigado por nos salvar. Como é seu nome?
- Béééé!!
- Certo. Então até mais! Você tem e-mail? Vou te adicionar no meu orkut, OK?

Thursday, July 13, 2006

O Rei

O Rei daquele país era muito gordo. Um negão imenso, gordo porque a cozinheira real era a melhor do mundo. Não tinha como sair de um jantar sem entupir o estômago das mais deliciosas iguarias.
Esse rei tinha um único filho, muito feio e também gordo, pelo mesmo motivo que o pai. E era um rei já idoso, que logo teria que passar o reino ao filho. Mas isso deveria acontecer, segundo as regras do país, apenas se o filho estivesse casado. Mas com tamanha feiúra...
O conselheiro real disse que as moças do reino gostariam de seu filho se ele aprendesse a cozinhar tão bem quanto a cozinheira real. E o rei pediu para que ela lhe ensinasse.
A cozinheira, quase tão gostosa quando seus quitutes, gostou da idéia. Mas pediu que o garoto ficasse trancafiado com ela na cozinha por 6 meses para que ela lhe ensinasse as manhas. Acontece que essa cozinheira sonhava há muito ser a nova rainha. E essa era sua chance... mas casar com um rapaz de tamanha feiúra era-lhe muito pesado.
Essa cozinheira teve uma idéia e logo a pôs em prática. Diariamente ensinava ao garoto receitas de doces muito bons. Suas panelas sempre ferviam e soltavam vapores que inundavam a cozinha. E ela foi juntando ingredientes que acabaram envolvendo o raparigo em uma fumaça mágica que o engolia e, depois de 6 meses sendo lambido pela fumaça de deliciosos doces, o garotão ficou sarado e apaixonado pela cozinheira.
Passaram-se os 6 meses, saíram da cozinha uma cozinheira deliciosa e feliz e um rapaz saradão e cozinheiro. O rei achou ruim e mandou matar os 2.

Monday, July 03, 2006


Depois de alcançar o velhinho, cutucou-o e, ao vê-lo virar sorrindo, perguntou: como pode um peixe vivo viver fora da água fria? O velho, desapontado, ciscou o chão e aspirou um pouco da fumaça esverdeada que a chaminé pública fornecia. Apresentou-lhe tal: moro em outra freguesia, sou punk da periferia. Os dois acenderam uma lâmpada em casa. No outro dia, o pudim da padaria ficou murcho, mas manteve o sabor.