Monday, May 21, 2007

Arte serve para quê?

Esse final de semana elevou ao meio uma dúvida que eu deixava soterrada. É que andei tendo ensinamentos com os mestres que já se degladiaram com: pra que serve a arte? E eles destrincharam tal dúvida, que agora só não está companheira porque ainda duvido até da sombra. Lá vai, então: serve pra mesma coisa que a televisão! O ser humano PRECISA de devaneios. Ele ouve histórias o tempo todo. Precisa do futebol e da novela. Mas essas formas de devaneio, de desligamento da realidade, são fracas e repetidas e não lhe dão espaço para participar, para completar. A arte lhes dá um caminho a um infinito. A uma pós-realidade.
Fora isso, a arte resume em seu tempo a cultura de uma época. A melhor e a pior arte resumem em sua existência, por medíocre que seja, a síntese que um autor captou o que o rodeia e demodulou de modo a entregar desmastigado ao público. Mas esta é apenas a função educativa, e só serve se o público conseguir transcender a experiência. Não é difícil e nem fácil.
Isso tudo me dá um alívio...

Sunday, May 20, 2007

A Sereia Saci

Os seres folclóricos muitas vezes se encontram. Não são como nós, que poucas vezes temos um contato visual com um deles. Eles se vêem muito facilmente. E se encontram, também. Num desses encontros, rolou sexo entre um saci e uma sereia. Ambos moravam ali na amazônia, tava um calorzinho gostoso, fumaram umas ervas que só eles conheciam. Bom, depois o saci sumiu mesmo: a sereia estava grávida. E aí foi a sereia grávida, parir uma saci-sereia. Ela era assim: no final da cauda tinha um pé. Era neguinha e de cabelo enrolado. Tinha escamas, era horrível. Poucos seres folclóricos a viram, ela se escondia sempre, sabia que era muito feia. Logo virou lenda, era o folclore do folclore...