Tuesday, February 27, 2007

Uma flôr para meu amor

Sim, Gorjo. Eu o amo. Mas Têniz, você não é deste planeta... Então não o amo mais... O.K.

No barco, pouco se olharam. Uma lágrima parava no olho de Têniz. Ela massageava os joelhos enquanto olhava para baixo. Seus sapatos sujos da lama pútrida do terreno baldio pesavam e a chuva gelada que caía deixava o clima triste. Mas Gorjo estava radiante: em breve receberia sua medalha. Sua tão merecida medalha, pela qual ele daria a vida. Estava até bobo, de tão feliz. Ficava pulando e fazendo micagens. Têniz o empurrou para fora do barco quando ele se inclinava para testar a temperatura da água. Ele caiu e ficou para trás, enquanto o barco avançou para a barragem. Como e margem era muito distante, e a barragem mais ainda, Gorjo deveria ter se afogado logo, pois não podia nadar. Mas ficou agarrado a um pedaço de sabão bem grande e, remando, alcançou uma ilha habitada por animais ferozes que o devoraram. A última lembrança de Têniz naquele domingo foi a marca lamacenta de sua bota estampada na bunda de Gorjo, que tinha um rabinho de porco.

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