Monday, May 31, 2010

Ato desesperado

Sidnéia estava em apuros. Estava sendo levada para um matinho pelo próprio Maníaco do Matinho. Em sua cidade, tal elemento estava agindo há meses sem que conseguissem identificá-lo. O número de vítimas aumentava, as mulheres temiam andar sozinhas pelas ruas, mas precisavam levar suas vidas em frente. Este assunto do maníaco já estava na boca do povo de Chorame - cidade rodeada de matinhos - que gostava de imaginar, entre cervejas, meios de punir tal calhorda ou especulava sobre sua identidade. Foi numa conversinha de boteco que na semana passada Sidnéia falou sobre o mesmo maníaco com Celsinho, seu primo bicha loca:
- Meu, aposto que esse cuzão, se encontrar uma mulher que queira dar pra ele, vai brochar e sair chorando!
E foi por causa dessas palavras que Sidnéia, quando teve a certeza de que não sairia dali ilesa, decidiu quebrar o terrível silêncio do matinho:
- Tá bom, tá bom. Sei que vai querer me comer, e tal, mas vê se faz a coisa direito então!
No que Sidnéia pensou que ia vir um tapão, um silêncio. Mas a velocidade da caminhada mudou para um jeito que só poderia indicar surpresa.
- É, porque pra mim a coisa tem que estar dura mesmo. Não vem com essa piroca mais ou menos que aí não dá, né. E tem mais, se for esses pintinho de moça, do tamanho de uma bananinha, meu, aí prefiro que me mate antes de me comer, entendeu?
Pararam. Novo silêncio. A mão que empunhava a faca encostada nela tremia. Sidnéia percebeu que seu plano estava dando certo. Se joga no chão.
- Vem, então! - e abaixa as calças com uma cara de tédio de quem tem uma grande experiência na coisa - vem logo que eu quero é rola, entendeu? Deixa eu ver essa rola dura, vai ficar de viadagem?
O Maníaco, com a mão tremendo, desabotoa sua calça e abaixa a cueca revelando um membro despreparado. Mesmo que não estivesse, Sidnéia soltaria o mesmo muxoxo:
- Xiiiii, essa coisinha aí não vai dar conta não, hein. Vamo lá, deixa essa rola dura! Quero é pinto grosso, caralho! - e gritando - Vamos! Deixa isso aí duro, filho da puta!
O maníaco soltou uns grunhidos tentando forçar a musculatura pélvica. Ele estava surpreso e desesperado. Seu membro só encolhia e as palavras de Sidnéia pesavam sobre ele:
- Olha, amigão, assim não vai dar né - se vestindo - sinto muito mas se for pra passar mais nervoso não vou te dar. Um pintinho de criança desses, e mole. Deixa essa coisa dura, porra! Vai, meu! Como você fez com as ouras? Eu aqui pensando que pelo menos ia passar bem no meio desse mato horroroso e você me apresenta uma pistolinha de borracha dessas? A, vá a merda!
Sidnéia se levantou e saiu andando. No começo, meio devagar, batendo as roupas, dando sinal de que estava muito brava com o tempo que o maníaco a fizera gastar. Já meio longe, saiu correndo chorando e rindo ao mesmo tempo.

1 comment:

Anonymous said...

punheteiro de merda!