Tuesday, August 08, 2006

Azulejos

Quis chegar um tempão antes para ver quem chegava antes dos outros. A loja estava ali quieta e domingo não costumava acontecer nada, nem abria, mas o pessoal do centro disse que ia aparecer o belzebú ali dentro daquela loja. Eu sempre acreditei em tudo que a mãe Camoema falava, e minha curiosidade não deixou eu ficar longe da loja. Acontece que ela falou que isso ia ser na parte da manhã, mas já eram quase 11 horas e agora eu comecei a perder minha esperança de ver o satanás. Também, que besta, para que ver aquilo? Que coisa boa lúcifer poderia me trazer?
A porta da loja começa a se abrir às 11:30 deixando sair muita fumaça. Um ser de cabeça de bode e terno de lantejoulas sai de lá com um microfone na mão anunciando o único, o inominável, o diabooo!! E algumas pessoas que estavam passando na rua resolvem parar para ver. E do meio da fumaça, com várias luzes brincando na sua passagem, sai o próprio demo. Um terno impecável, andar malandro, seu rosto era como o de um búfalo. Começa a cantar. O ritmo é alucinante e sua banda, dentro da loja, ataca um naipe de metais que arrepiava os ossos. Não dava pra ficar parado. A rua inteira dançava. De sua boca, palavras que ninguém entendia, mas que soavam familiares, como se já tivessem sido pronunciadas antes de nascermos. E o pessoal foi andando, dançando. A mulherada exibia suas tetas. Um piano agulhava cada nervo dentro do ouvido. O coisa-ruim tinha um balanço incrível. Aos poucos fomos entrando todos na loja. Fui o último a entrar, depois a porta fechou, eles sumiram e assim que viemos parar aqui dentro, seu guarda.
- Tá bom. Agora vem com a gente contar isso na delegacia.

1 comment:

thais said...

q bem loko, queria saber o endereço dessa tal loja....