Friday, May 19, 2006

Desandes

De cima do morro dava pra ver os navios chegando. Eram poucos, mas cada um devia carregar mais gente do que tinha ali na vila. E mais armas. E mais raiva. O povo daqui sempre fora pacífico, mas estavam dispostos a morrer por sua terra. Fomos avisados um mês atrás, e mesmo assim ninguém se esforçou muito pra fazer novas armas ou proteger melhor o lar. Todos acreditavam na sorte que sempre tiveram. Pois ela deveria se manifestar agora. Eu estava meio receoso, mas não muito. A sorte do nosso povo sempre fora mesmo tremenda; mas agora era questão de horas para os homens com lança-chamas e espingardas descerem na praia.
Barulho, a água se revolve e um golem gigantesco se levanta do mar. Maior que a montanha atrás da vila. De um pulo chega nos navios. Eles não têm tempo para reação, o golem pega cada vez um navio e o arremessa longe, uns 3 quilômetros. Ver aquilo ali de cima me deixou embasbacado. Como eu podia não acreditar na nossa sorte?
No outro dia a tempestade trazia restos de navios pra praia. Os cadáveres nunca foram encontrados, o que fez o povo da vila imaginar que o golem os comeu.

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