Uma família reunida próxima a uma mesa farta com restos de comida. Uma árvore de natal pode ser vista de vez em quando. Todos felizes, meio com sono, rindo, uma tia aparece de trás da cena com uma caixa de sapato cheia de bilhetinhos:
- Vou entregar agora os recadinhos que escreveram e depois a gente vai tentar acertar quem é nosso amigo secreto! Adoro essa parte! Não pode mostrar pra ninguém hein!
E começa a entregar os papéis dobrados falando o nome de quem os recebe. As pessoas tentam ler secretamente, escondendo seus bilhetinhos uns dos outros. A câmera dá zoom no bilhetinho de um homem idoso: Quero chupar sua pica, velho peidorrento! - e mostra a cara dele apertando os olhos com um sorriso. A câmera sai do véio e vai até um rapaz fortinho e mostra sua cara de espanto feliz lendo: Ontem te enrabei gostoso, putinha. A posição de hoje é "peru assado", rsrsrsrs! - e vai mostrando o de uma moça: quero enfiar a língua no seu cuzinho e ver esse mesmo sorriso!, outro, A sobremesa da ceia vai recheada de chantily!, etc. Depois eles começam a tentar adivinhar quem é o amigo secreto e no começo vão acertando. Uma véia erra o amigo secreto dela e a tia que distribuiu os bilhetinhos fala - sob protestos - que o castigo vai ser tomar um copo de coalhada do tio Brunão - e estende a ela uma vasilha de sobremesa com um líquido leitoso. A véia faz cara de alívio e fala que isso ela sempre toma mesmo - e sorve o líquido com um barulho escandaloso.
Tuesday, October 13, 2009
Friday, June 12, 2009
Saturday, June 06, 2009
Wednesday, April 29, 2009
O que vem depois?
O que vem depois que a gente morre? Será que fica tudo preto de repente e acaba e pronto? Ou será que a gente vai poder virar fantasma e ver todas as mina tomando banho e se masturbando sem ser visto e entrar nos vestiários femininos e nos ensaios de foto da sexy e nas gravações de filme pornô e poder voar e atravessar parede... e ver os parentes e amigos chorando sua falta e o bichinho de estimação te procurando e sua casa sendo demolida e um monte de coisa legal acontecendo que só faz sentido participar se se está vivo. Ou o pássaro totó vem buscar e levar pra montanha mais alta pra comer carne podre e beber sangue? Se é pra ter fé em alguma coisa baseada em um mistério, acho legal a parte de ganhar poderes sobrenaturais depois que se morre. Mas morrer deve ser um saco...
Sunday, April 05, 2009
Novo lançamento
A indústria XTO acaba de criar a câmera de publicação automática. É uma câmera fotográfica/filmadora que tem uma pequena memória interna que serve apenas para armazenar momentâneamente as imagens captadas. Assim que armazenadas, elas são imediatamente transferidas para um repositório na internet, via transmissão por celular, que o dono da câmera configura quando ela é ligada pela primeira vez. Uma alavanca no lado do aparelho permite que as imagens sejam imediatamente publicadas para serem vistas por todos ou apenas sejam encaminhadas para o diretório online, acessível só para o dono da câmera com login e senha. O serviço é vinculado a operadoras de telefonia celular por causa da transmissão de dados e os custos com essa transmissão vem na conta telefônica. Vários serviços de publicação de imagem e vídeo da internet já permitem que a câmera interaja com eles. Compre agora mesmo a sua.
Friday, February 06, 2009
O mesmo tempo de novo
É que uma vez ouvi falar que as atividades repetidas são gravadas e usadas de novo no cérebro, então se todo dia se faz alguma coisa, aquela coisa nem é considerada como merecedora de um espaço no tempo mais. Então parece que o tempo passou mais depressa, mas na verdade é que ele não foi considerado durante a feitura da mesma tarefa repetida. Isso acontece quando se faz sempre o mesmo caminho pra ir a algum lugar, ou se trabalha numa linha de montagem, ou se tem que atravessar a mesma piscina trocentas vezes. Por isso comecei a usar um tênis 2 números menores pra considerar todo o tempo que eu passo andando. E também ando com a cueca cheia de alfinetes, que me cobram toda hora a atenção. E ando ouvindo um som muito alto que até me deixa tonto, que é pra eu perceber quanto tempo aquilo está ali. Também deixei de almoçar, pra ficar bastante tempo com fome - na hora do almoço, só tomo uma dose grande de conhaque pra dar uma acordade e aumentar minha capacidade de sentir que o tempo está passando. O conhaque também muda a percepção das dores causadas por essas decisões radicais. O problema é que já estou acostumando a tudo isso, o que fazer então? Meu cérebro já está repetindo as dores, os passos, a fome. Vou tentar me dar sensações agradáveis então. Vou comprar um tênis Mike no número certo, vou comer sempre no Eco, fartamente. E vou usar cuecas confortáveis de seda. Arranjar uma mulher bem gostosa e legal e inteligente e depois destruir tudo isso pra poder perceber o tempo passando. Que saco...
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